domingo, 28 de fevereiro de 2016

Aos olhos de um submisso "O Que é o BDSM"


Destaquei um pequeno trecho do texto que foi publicado no Blogger "B.D.S.M Saindo das Sombras", este texto diz aos olhos deu um submisso "O Que é o BDSM".

Certo, então o que é "BDSM"?

Durante muitos anos senti na pele a dificuldade de encontrar material sério sobre o tema BDSM, algumas vezes cheguei a pensar que estava sozinho no mundo, que era um maluco ou coisa parecida, tudo o que via no Brasil era no mínimo medíocre para não dizer outra coisa. Quando tive contato com a Internet e comecei a procurar sobre o assunto no exterior. Imagine a minha surpresa quando descobri que não estava só. O problema era que não se encontra nada semelhante nessas terras brasilis, principalmente em língua portuguesa e depois de alguns anos esperando que alguém tomasse a iniciativa resolvi seguir aquela música que diz "quem sabe faz a hora não espera acontecer..."

Objetivo aqui não é ser o guia definitivo sobre o tema, principalmente porque naturalmente serei tendencioso, já que darei ênfase a minha orientação sexual (sou um submisso), e também porque o tema é muito vasto, existem muitas variações e nenhum livro ou site poderá, na minha visão, cobrir todo o assunto. Nem tudo colocado aqui nesse site é minha opinião pessoal, alguns textos são meus e refletem exatamente o meu pensamento, mas outros são traduções que achei interessantes e muitas vezes podem chocar você meu caro internauta.

Aconselho a quem quiser saber mais do assunto a procurar livros, revistas e outros sites na internet. Nos links Livros e Revistas, Artigos e Links  tem alguns exemplos, mas a maioria dos livros ainda está em inglês (parece que as nossas editoras também não se interessam pelo assunto, a única que tem algum material e a editora Iglu). Mas aqui temos um paradoxo interessante, uma das poucas autoras nacionais sobre o assunto, Wilma de Azevedo, escreve bem, mas fala muita bobagem, até hoje não sei que diabos ela é.

Agradeço às pessoas sérias que me enviaram e-mails com textos de apoio, críticas e sugestões e principalmente aquelas pessoas que entenderam o espírito educativo, gostaria de dizer não sou agenciador nem conheço muitas pessoas pessoalmente que praticam o S&M (estou conhecendo algumas pela internet e agora que participo de um grupo aqui em Brasília). Gostaria de enfatizar que toda ajuda será bem vinda.

Algumas pessoas me passaram e-mails pedindo ajuda para encontrar o seu par, a única coisa que posso dizer é "vá a luta", sei que é difícil e que muitas vezes será incompreendido, tratado como maluco ou coisa pior, já passei até por situações constrangedoras, (uma unha grande e bem pintada muitas vezes chama mais a minha atenção que um rosto bonito).

Bem, se você chegou até aqui, então, gostaria de saber um pouco mais sobre BDSM.

"BDSM" é um acrônimo "B&D" (Escravidão & Disciplina), "D&S" (Domínio & Submissão), e "S&M" (sadomasoquismo) como já disse no início desse site. "BDSM" se refere a qualquer uma ou a todas estas coisas, e muitas outras além disso.
Amarrar o seu amante/parceiro é BDSM; da mesma forma que açoitar, mandar, dominar ou quaisquer outras de mil coisas. BDSM é altamente erótico, normalmente (entretanto não sempre) envolve sexo ou excitação sexual; e é altamente carregado psicologicamente. Uma pessoa (o "submisso") concorda em se submeter a outra pessoa (a "dominante"); algumas pessoas gostam de serem submissas o tempo todo, outras pessoas gostam de ser dominantes o tempo todo; ainda há pessoas gostam de trocar, sendo num dia submisso e dominante noutro.

BDSM não tem que envolver tudo isso.
Existem muitas pessoas envolvidas com o BDSM que gostam de serem amarradas, outras, de se amarrar elas mesmas (muitas vezes conhecido como autobondage), mas mesmo no BDSM existem pessoas que não gostam de dar nem de receber qualquer tipo de dor. Algumas vezes o parceiro só amarra o outro simplesmente como preliminar. Da mesma forma, existem muitas pessoas que gostam do controle psicológico, de que eles conseguem ordenar seus amantes a fazer coisas, mas não gostam de ser fisicamente contidos ou amarrados, ou mesmo de amarrar os seus amantes.

BDSM é tão variado quanto as pessoas que o praticam.

Algumas pessoas, amam o estético, equipamento de corda de um elaborar, um elaborado arreio de corda, ou outra elaborada forma de escravidão; outros simplesmente não estão interessados em qualquer dos elementos da escravidão. A chave para todas estas diferentes formas de BDSM, entretanto, é a troca de poder. Uma pessoa (o "bottom" ou "submisso") escolhe em permitir à outra pessoa (o "topo" ou "dominante") ter controle sobre ele ou ela de alguma forma - talvez permitindo que o dominante o amare, talvez permitindo os dominantes o espanque ou simplesmente fazendo qualquer coisa que o dominante instrua.

Definitivamente, BDSM não é abuso!
As pessoas que estão praticando BDSM em algumas de suas trilhões de formas estão fazendo isto voluntariamente, por diversão. É um caminho para se explorar. Tudo que acontece em um relacionamento de BDSM é consensual; e acredite nisto ou não, não é sempre que o dominante consegue o que ele ou ela quer - é mais fácil o submisso conseguir o que ele ou ela quer.

Uma pessoa que está abusando de alguém não tem nenhuma consideração para com os sentimentos, necessidades, ou limites da "vítima". Um dominante está preocupado acima de tudo com as outras necessidades e desejos do submisso. Bem direto, realmente.

BDSM não é o que o você vê em filmes pornográficos.

A imagem do BDSM que é retratada em muitos dos materiais deste tipo, tem tanto ver com o BDSM como o conto da criança "Jack e o Pé de feijão Mágico" têm a ver com agricultura. Estes materiais mostram somente um pouco mais que mulheres sendo usadas de todas as formas pouco originais para o prazer dos homens, normalmente utilizando força bruta. A verdade é que realmente existem mais submissos que submissas; e que BDSM é uma atividade mútua, que é dirigida mais pelas necessidades do submisso do que pelas necessidades dos dominantes.

Sim, acredite nisto ou não, a dinâmica de um relacionamento de BDSM é dirigida pelo submisso, não pelo dominante. O submisso fixa os limites; o submisso decide que lugares podem e que não podem ser explorados; o submisso tem a prerrogativa de parar uma cena. A dominante, de muitas formas, é simplesmente um facilitador. É do dominante o trabalho de criar um cenário onde os "jogadores" podem explorar as fantasias do submisso.

Isso tudo para benefício do submisso? Sim, certo. Mas é o submisso que está sendo mandado ou espancado. Como você pode dizer que isto não é abuso?

Simples. Dois elementos chave :

Em um relacionamento de BDSM, o submisso fixa os limites. Uma vítima de abuso não consegue dizer o que acha; a vítima não pode dizer ao abusador o que fazer, ou quando fazer. Um submisso fixa todos os limites - que tipos de coisas podem ser (e não podem ser) feitas, quanto, e por quanto tempo.

E enquanto todos nós somos sujeitos a limites, existem muitos mais limites dentro de um relacionamento de BDSM. Todo mundo tem "limites pesados" - coisas que eles absolutamente nunca farão, e nunca serão nem considerados. Algumas pessoas, por exemplo, gostam de serem presas mas não gostam da idéia de serem chicoteadas; se elas não permitirão serem chicoteadas, enão isso é um "limite pesado".

Existem também "limites suaves" - coisas que alguém não faria sob circunstâncias normais, mas permitirão se forem "forçadas" em um contexto ou de uma cena em particular. A linha divisória entre "limites suaves" e "limites pesados" é um território psicológico interessante a se explorar.

Um submisso consegue optar por sair fora de uma cena. Isto pode ser uma palavra de código, ou um sinal de qualquer tipo; se o submissos usa desse artifício, ele ou ela para e a cena está terminada. Uma vítima de abuso não tem como dizer ao abusador quando parar....*

.... *Continua no Blogger >>> http://www.oocities.org/subvron/BDSM/bdsm.html

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